POR QUEM OS SINOS DOBRAM ? " Essa era a pergunta que faziam os nossos antepassados ao ouvir o badalar dos sinos da igreja Matriz. Até pouco tempo atrás, o repicar dos sinos era uma forma de comunicação e anunciava, conforme o toque, os acontecimentos do momento. Batidos em ritmo acelerado, os sinos da Matriz cantavam de alegria, intercalando sons graves e agudos que se harmonizavam perfeitamente, convidando os fiéis para as missas, batizados, casamentos ou procissões. Esses mesmos sinos pareciam chorar, tangidos em lentas badaladas nas cerimônias fúnebres. Eles silenciavam apenas nos três últimos dias da Semana Santa, quando eram eram substituídos pelas famosas matracas. Nos 362 dias restantes, aqueles sinos marcavam não só o que acontecia na igreja, como também iam, aos poucos, marcando em nosso interior aquele som de alegria ou lamento, lembramos ainda hoje com saudades. Manejar um sino é uma atividade arriscada e cansativa. Mantê-lo exige trabalho, com uma manutenção especializada e geralmente cara. Por isso, quem pode ouvir um sino no lugar onde vive, deve valorizar e apreciar essa oportunidade. Os sinos podem não ser uma necessidade atualmente, mas dão charme, personalidade e pompa às circunstâncias da vida. Na minha infância, muitas vezes disputei com os meninos o privilégio de puxar as pesadas e grossas cordas do sino da matriz nas noites de novena. Era uma verdadeira festa quando as portas do coro se abriam. Havia sempre alguém responsável por essa importante tarefa. Nós ficávamos em volta do sineiro esperando a vez para mostrar que tínhamos força suficiente para garantir o ritmo das batidas. Não era fácil, mas era sempre divertido. [...] " * Os repiques foram criados pelos sineiros durante o "tempo colonial" e transmitidos oralmente. Os toques podem ser de finalidade religiosa, social ou de defesa civil. Os toques mais conhecidos: Avisos de missas; novenas; Natal; passagem de ano; chamadas de fiéis; fúnebres; agonia; incêndio; natal; passagem de ano; quaresma; finados; semana santa; toque da ressurreição; parto; angelus; almas; ave Maria; relembrando a Morte do Senhor Jesus; festa dias de Santos; outros. ( * Texto de Maria Helena Mendes Nizio, membra do IHGPguá) Paulo Grani





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