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Mostrando postagens de agosto, 2020

RELEMBRANDO OS FOTÓGRAFOS LAMBE-LAMBE Os fotógrafos lamb-lambe eram fotógrafos anônimos, populares e intuitivos, que desenvolviam suas atividades profissionais em praças, ruas e jardins públicos. Até poucos anos atrás, era muito comum encontrá-los, encapuzados e quase fundidos à caixotes sobres tripés. Eles lambiam as chapas de vidro que capturavam a imagem – depois ela era transferida para um papel. Apenas um lado da lâmina era revestido pela emulsão sensível à luz, e essa camada era invisível. Lambendo, o fotógrafo sentia o lado mais áspero, em que a língua colava, e isso guiava o posicionamento do vidro na câmera – cada clique consumia uma nova chapa. Estes fotógrafos ambulantes começaram a surgir nas primeiras décadas do século 20, exercendo a sua atividade ao ar livre. Procurados para registrarem momentos especiais, ou para tirar retratos para documentos do tipo 3x4, os lambe-lambes se transformaram em figuras tradicionais do cenário urbano. A ferramenta de trabalho destes antigos fotógrafos era uma caixa de madeira sobre tripé, cujo equipamento tinha a função de bater as chapas e revelá-las ali mesmo. Além de ser utilizada para o registro fotográfico, esta servia, também, como mostruário, sendo as suas laterais cobertas de fotos. Após ser batida, a fotografia do lambe-lambe era revelada e copiada dentro do mesmo caixote que sustentava a lente. Na realidade, podemos afirmar que, em seu interior, havia um micro laboratório. Ao entrar na "casaca" (o pano preto), o fotógrafo obtinha o seu negativo no escuro. Esta rotina era a mesma de um laboratório comum da época, porém num espaço ínfimo, onde a paciência do fotógrafo permitia viabilizar, graças à sua destreza, o produto tão esperado pelo seu cliente: a fotografia. Ao desenvolver a sua atividade em espaços públicos, os lambe-lambes foram testemunhas oculares das transformações tecnológicas e do crescimento das cidades que foram tornando o papel do lambe-lambe obsoleto, permanecendo apenas o saudosismo de uma época presente no imaginário das pessoas que compartilharam essas vivências no espaço público da urbe. Profissão legada geralmente por herança e de tradição familiar, era basicamente regida pela intuição e por amor, sendo esta a forma genuína como os lambe-lambes se relacionavam com suas toscas e pesadonas máquinas nas praças, jardins e parques. (Fotos: Wikipedia, pinterest, internet) Paulo Grani

ASTRONOMIA Nasa liga, no espaço, helicóptero que sobrevoará Marte pela primeira vez Helicóptero Ingenuity da Nasa - NASA/JPL-Caltech Helicóptero Ingenuity da Nasa Imagem: NASA/JPL-Caltech Marcella Duarte Colaboração para Tilt 19/08/2020 16h21 A Nasa ligou o helicóptero Ingenuity, da missão Mars 2020, pela primeira vez oficialmente. Não em solo marciano, seu destino final, mas em pleno espaço, durante a longa jornada até o planeta vermelho. A missão, lançada no último dia 30 de julho, só deve chegar a Marte em 18 de fevereiro do ano que vem. Mas era necessário energizar o helicóptero para testar os sistemas elétricos —que poderiam ter sido danificados no lançamento— e carregar suas seis baterias de íon-lítio. RELACIONADAS Fim do Universo: físico calcula como e quando será última explosão estelar Astrônomos descobrem galáxia semelhante à Via Láctea a 12 bilhões de anos-luz Receba notícias de Tilt em seu WhatsApp Durante um período de oito horas, as baterias atingiram uma carga de 35%. De acordo com a agência espacial norte-americana, essa é a condição ideal para otimizar a saúde das baterias e encarar os seis meses de viagem. Novas cargas serão realizadas duas vezes por mês. "Foi um grande marco. Nossa primeira oportunidade desde o lançamento de ativar o Ingenuity e fazer um 'test drive' em seus aparelhos", disse Tim Canham, chefe de operações do projeto, em um comunicado do laboratório Jet Propulsion, da Nasa. "Uma vez que tudo correu conforme o previsto, vamos realizar a mesma atividade a cada duas semanas, para manter um estado de carga aceitável." O principal equipamento da missão é o rover Perseverance: um robô de uma tonelada, do tamanho de um carro popular, com braços para coletar amostras e realizar experimentos. O Ingenuity é um moderno mini-helicóptero, de 1,8 kg, que fica guardado na "barriga" do rover —é dele que vem a energia para carregar as baterias. Depois do pouso em Marte, será definido o melhor local para liberar o helicóptero, o primeiro já construído para funcionar em outro planeta. Fora da "barriga", ele será energizado pelos próprios painéis solares. O Ingenuity não realizará experimentos, mas sim uma demonstração de tecnologia: ver se é possível voar no ar rarefeito, em um ambiente hostil. Suas hélices duplas terão de girar extremamente rápido para conseguir decolar. Se bem-sucedido, abrirá portas para extensiva exploração aérea dos planetas em futuras missões. O rover Perseverance deve realizar seus experimentos por, pelo menos, 687 dias terrestres (um ano marciano). Ele é equipado para detectar vida imediatamente —seja atual ou fossilizada. E suas 23 câmeras e microfones de alta definição prometem capturar detalhes nunca antes vistos do planeta vermelho. A missão deve pousar na cratera Jezero, de 40 km de diâmetro e 500 metros de profundidade, que há bilhões de anos foi um lago marciano. Se já existiu vida em Marte, ou pelo menos atividade microbiana, no planeta, este é o local com mais chances de guardar evidências. NEWSLETTERS Tilt Perdeu algum assunto de tec na semana? Sem crise. Tilt explica, complica um pouco e explica de novo. Toda sexta. AS MAIS LIDAS AGORA Netflix testa escolha aleatória para quem tem preguiça de decidir filme Apple vale US$ 2 tri: valor de empresa nascida em garagem já é maior que PIB de 95% dos países Sem acordo, votação de MP que decide futuro da LGPD é adiada para quinta Astronomia Ciência Fique por dentro Tilt Astronomia Siga Tilt © 1996 - 2020 - Todos os direitos reservados