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Mostrando postagens de julho, 2020

Estátua “Amor Materno” no Jardim Botânico A obra é assinada pelo polonês João Zaco Paraná Destaque em um dos pontos turísticos mais famosos de Curitiba, a Estátua “Amor Materno” foi inaugurada no dia 9 de maio de 1993, pelo então prefeito Rafael Greca de Macedo. Nos dizeres da placa, a explicação da obra, “Homenagem da comunidade polonesa a todas as mães paranaenses que, geradoras da vida, dão alma à Curitiba Tricentenária” – a cidade havia completado 300 anos dois meses antes.

CONHECENDO A ANTIGA COLÔNIA ARGELINA DE CURITIBA Poucos sabem que, em 1869, instalava-se em Curitiba um grupo de imigrantes vindos da Argélia, que formou a chamada "Colônia Argelina", cujos integrantes foram assentados em grande parte do que é hoje o bairro do Bacacheri. A Colônia Argelina obedecia o plano do presidente da Província Adolfo Lamenha Lins, baseado no estabelecimento de colônias agrícolas na periferia da cidade com o objetivo de aproximar a produção do mercado consumidor. O livro “Os franceses do Paraná”, de Maria Thereza Brito de Lacerda e Maí Nascimento Mendonça, cita que “o nome da colônia, Argelina, se deve ao fato de lhe darem vida 117 imigrantes, dos quais a maior parte, 39, era de franceses da Argélia (ou os pieds noirs, pé negros). Havia 36 alemães, 24 suíços, 10 suecos e 8 ingleses, tendo vindo posteriormente 5 escoceses”. Esses colonos vieram de Argel, por Marselha, a bordo do navio francez Polymerie”. O núcleo se dedicava basicamente à agricultura e estava localizado a cerca de quatro quilômetros de distância de Curitiba, nas margens da Estrada da Graciosa (atual Av. Pref. Erasto Gaertner). Logo, os imigrantes franceses/argelinos passaram a se dedicar às atividades comerciais e a intermediar a venda de produtos dos demais imigrantes para Curitiba. A Estrada de Ferro Norte do Paraná, partindo de Curitiba ao interior, passou ao centro da colônia tendo recebido uma estação chamada "Parada da Colônia Argelina", localizada onde a linha cruza a Av. Erasto Gaertner, manteve sua plataforma até os anos 1980. (Fontes: Curitiba Space.com.br, estacoesferroviarias.com.br. Fotos: Internet, Pinterest) Paulo Grani

ALIENADOS MENTAIS DA CURITIBA DE ANTES "Os ”loucos” do século 19 que perambulavam pelas ruas de Curitiba e se misturavam à paisagem urbana chegavam a parar atrás das grades se tivessem surtos psicóticos. Encarcerados com bandidos e desordeiros, muitas vezes eles saíam da Cadeia Civil da cidade, na Praça Tiradentes, e iam dias depois para a Santa Casa de Misericórdia. Tratados também como “alienados mentais” pelas autoridades da época, no hospital eles ficavam internados em seis quartos especiais de contenção, sem tratamento adequado, e novamente “soltos” para as ruas da capital do Paraná. Muitos deles eram alvos de chacotas e sobreviviam de doações. Alguns viam seus nomes ou apelidos publicados em jornais da época por provocarem algum tipo de perturbação na ordem social, como foi o caso de uma senhora chamada de “Maria Balão”, que vivia nas ruas. Apenas quase quatro décadas depois de o Paraná emancipar-se de São Paulo e virar um território autônomo, surgiu a preocupação em montar uma estrutura específica para tratar os doentes mentais. Até então não se pensava em nada a respeito. Em 1890 começou a surgir a ideia de um hospício em Curitiba e quem encabeçou a discussão foi o provedor da Santa Casa, Dom Alberto Gonçalves”. A ideia defendida por Gonçalves era de que um hospital, denominado na época também de “asilo de alienados”, poderia curar os pacientes apenas se fosse um ambiente em que as regras sociais tivessem que ser estritamente respeitadas pelos pacientes. O modelo adotado na capital paranaense era semelhante ao proposto por Philipe Pinel em 1793, na França, propondo uma nova lógica para a tutela: o tratamento moral e educativo. Assim como Pinel, o hospício de Curitiba apostava que a imposição da ordem e de regras socais seria o caminho para o tratamento da doença mental e o isolamento era necessário para a recuperação e socialização. Após debates com o poder público e fazer campanhas por doação e loterias para angarias fundos, Gonçalves conseguiu ver em 1896 o início da construção do Hospício Nossa Senhora da Luz, a primeira instituição psiquiátrica do estado. Inaugurado em 1903, o hospício funcionou no local até 1907, quando deu espaço ao Presídio do Ahú. Nesse ano, o Nossa Senhora da Luz mudou-se para a atual sede na Avenida Marechal Floriano Peixoto. “Foi algo muito marcante para a história da cidade, que até então não tinha espaço para os doentes mentais”. A partir daí a loucura começou a ser tratada como uma “doença especial”, que merece tratamento distinto e específico. O Hospício Nossa Senhora da Luz foi idealizado para possuir quatro alas destinadas a internar pacientes distintos. A ideia era implantar no Hospício Nossa Senhora da Luz o modelo hospitalar francês, com uma ala era para os que tinham mania, demência, idiotia e melancolia. Mas na prática nunca conseguiram instaurar essa racionalidade dentro do hospital. Nos primeiros anos de funcionamento do hospital os médicos tinham pouco poder na instituição Nossa Senhora da Luz – que passou a ser denominado de hospital psiquiátrico apenas em 1940. Além disso, mesmo com o espaço, os doentes mentais continuavam sendo levados, em algumas situações, para a prisão. Na fase pioneira da instituição, os médicos lutavam para que eles tivessem o direito de definir o que seria melhor para os pacientes. O tempo de internação dos pacientes variava. Alguns ficavam internados por tempo quase indeterminado e outros não. Naquele começo, o hospício era visto como uma espécie de “salvação” para os doentes mentais." (Texto adaptado da Gazeta do Povo / Fotos: Arquivo Gazeta do Povo) Paulo Grani

ANTIGO BRASÃO DO PARANÁ CRIADO POR ALFREDO ANDERSEN Alfredo Emílio Andersen iniciou sua formação artística em Oslo, onde estuda com Wilhelm Krogh, conhecido cenógrafo, pintor e decorador, entre 1874 e 1878. No começo da década de 1880, freqüenta a Academia Real de Belas Artes de Copenhague, onde recebe orientação do retratista Carl A. Andersen. Leciona desenho, entre 1881 e 1883, na Escola para Rapazes em Vesterbron Asyl. Em 1891, o artista empreende viagem pela América do Sul, e passa pela costa brasileira. Retorna à Noruega, e, em 1893, realiza uma segunda viagem ao Brasil. Reside por cerca de dez anos em Paranaguá, Paraná. Transfere-se em 1902 para Curitiba, onde cria uma escola particular de desenho e pintura. Leciona também desenho na Escola Alemã e no Colégio Paranaense. Em 1909, assume a direção das aulas noturnas da Escola de Belas Artes e Industriais, em Curitiba. Em 1910, como reconhecimento do seu prestígio, Andersen executa projeto para o brasão do Estado do Paraná, adotado pela lei nº 904, de 21/03/1910. De lá para cá o brasão foi modificado várias vezes , mas a figura do ceifador, Idealizada por ele, permanece até a última alteração em 1990. Descritivo do brasão Idealizado por Andersen, objeto da pintura anexa: - O lavrador, ceifando a messe farta, colocado no primeiro plano do campo do escudo, assinala com precisão o carácter do nosso meio étnico e econômico, e representa as inclinações naturais do nosso tempo e da nossa raça, retemperada pela colonização; - A orla de pinheiros, esfumada no segundo plano do escudo, dá a ideia da extensão da nossa natureza vegetal; - A cordilheira marítima, limitando o horizonte, diz sobre a natureza do solo, variado por divisões de altitudes que lhe são características; - O sol nascente é o simbolo illuminado de uma grandeza que surge, de um futuro que se ergue promissor e fecundo; - O falcão paranaense, pairando proctoralmente sobre o escudo, ao passo que representa o mais galhardo exemplar da nossa avifauna, condiz com o pensamento adoptado universalmente para a representação simbolica que põe nas azas condoreiras as humanas inclinações para a liberdade; - As grinaldas de pinho e matte, emfim, que contornam a parte inferior do escudo, definem as preocupações industriaes da actualidade, que fazem a riqueza econômica do Estado. Este brasão permaneceu inalterado até 1933 quando a Constituição Federal de 1934 aboliu o símbolos estaduais, sendo o Brasão do Estado substituído pelo Brasão Nacional. Em 1946, a Constituição Federal restabeleceu a autonomia dos Estados, sendo reinstituído em 1947 o brasão estadual anterior com pequenas modificações e que permaneceu até 1990, quando foi alterado por lei estadual. Em 2002, após uma decisão de inconstitucionalidade pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, foi restabelecido o brasão de 1947. (Foto: Arquivo Público do Paraná) Paulo Grani

HISTORIANDO AS RUÍNAS DE SÃO FRANCISCO Para compreender a história das Ruínas de São Francisco é preciso voltar no tempo. O ano era o de 1798, quando o bispo de São Paulo, Dom Mateus de Abreu Pereira, em passagem por Curitiba, manifestou preocupação com relação à situação das três igrejas então existentes na cidade, que estavam em mau estado de conservação. Durante sua visita a Curitiba, o bispo verificou a urgência de novos santuários, já que nesse período só existiam três igrejas: a Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, atual Catedral; a Igreja Nossa Senhora do Terço, hoje conhecida como a Igreja da Ordem; e a Igreja do Rosário. Ao longo da sua estadia na região, o bispo ficou hospedado na fazenda do coronel Manoel Guimarães. No decurso das conversas, o coronel expôs ao bispo o seu desejo de construir uma igreja em nome da sua devoção a São Francisco de Paula. Com a autorização de Dom Mateus Pereira, o coronel solicitou a câmara de Curitiba um terreno para a construção da capela devotada ao santo. Manoel Gonçalves Guimarães foi um rico coronel da região da Lapa. Também mantinha posses e residência na cidade de Curitiba, isso facilitou o projeto de construção da igreja. Para alguns fiéis católicos, a nova igreja seria uma afronta a Nossa Senhora da Luz, para outros, uma questão apenas política. No entanto, sabia-se que não seria erguida uma igreja simples, seria elevado um templo tão grandioso quanto a fortuna do Coronel Manoel Guimarães. Conhecendo-se o temperamento arrojado de Manoel Guimarães, ficava claro que não iria construir simplesmente mais um santuário. Seria, além da realização de um sonho ou do cumprimento, talvez, de uma promessa, a representação concreta de seu poder e influência. Então, criou-se a Confraria de São Francisco de Paula para dar início ao projeto. arrecadaram-se doações para a compra de materiais de construção, além de objetos religiosos. Em 1809, apenas a capela-mor e a sacristia ficaram prontas, mesmo inacabada o bispo Dom Mateus de Abreu Pereira autorizou a benção da igreja para que fossem realizadas suas atividades religiosas. Ainda para a inauguração da capela, foi colocado sobre o altar a imagem de São Francisco de Paula. O Santo só saía da igreja para a procissões dos fieis em tempos de seca. A imagem de São Francisco de Paula foi esculpida em madeira, entretanto sua origem e autor são desconhecidos. O falecimento do Coronel Manoel Guimarães fez com que as obras ficassem paradas, mesmo com a confraria ainda existindo. A reforma da Igreja da Matriz também contribuiu para a paralização da construção, pois o reboco estava se desvencilhando do teto e havia risco de desabamento. Por esse motivo, em 1860, a construção da igreja São Francisco de Paula foi abandonada para que fosse concluída a torre da Igreja da Matriz. Portanto, “As pedras que finalizariam as obras foram utilizadas na conclusão da torre da antiga matriz” (FENIANOS, 1998). Depois de alguns reparos na Igreja Matriz os problemas estruturais persistiram. Com mudança de vila para a cidade, Curitiba precisava de uma igreja a altura da sua nova categoria, então começaram a construção da nova catedral. Concomitante a isso, a igreja da ordem também carecia de reformas. A restauração da Igreja da Ordem e a finalização da catedral impossibilitaram a conclusão da Igreja São Francisco de Paula. Segundo Baptista, mesmo inacabada a igreja foi frequentada durante todo o século 19. Em 1860, houve alteração na fachada da igreja. As paredes ainda de taipas foram substituídas por tijolos. Décadas mais tarde, alguns melhoramentos foram realizados pelo padre Antônio Vicente da Cruz, cuidador da capela. Mesmo com pequenas reformas o templo foi entregue quase em ruínas para Irmandade da Misericórdia, que se tornou responsável pela igreja. No ano de 1885, a Câmara deliberou a retirada da Igreja São Francisco de Paula já em ruínas, mas nada foi feito. Posteriormente, a capela foi confiada aos padres franciscanos Xisto Mawes e Redempto Kullman. Os freis permaneceram no Alto do São Francisco até 1901, depois mudaram-se para a Praça da atualmente Praça Rui Barbosa, nesse local foi fundada a Igreja Bom Jesus dos Perdões. Devido ao estado físico precário da Igreja São Francisco de Paula foi decidido pela sua demolição. Então, em 1914, houve um acordo entre prefeitura e a mitra diocesana para permuta de um terreno situado na esquina das ruas Saldanha Marinho e Desembargador Mota. Nesse local foi construída a nova Igreja São Francisco de Paula. Os paroquianos ainda doaram dois lotes adjacentes a área permutada para a construção da casa paroquial. Para a celebração das missas foi construída uma igreja provisória de madeira. Apesar disso, as atividades religiosas não foram cessadas. Até que em 1936, foi criada a Paróquia São Francisco de Paula, abrangendo os bairros das Mercês e Bigorrilho. Já em 1949, o pároco Boleslau Farlaz deu os primeiros passos para a construção da nova matriz. As obras eram executadas com a ajuda financeira de fiéis, festas e quermesses. (Fotos: internet) Paulo Grani

Descendentes de imigrantes que colonizaram o Paraná desfilam na Rua XV de Novembro, em 1953, na comemoração do Centenário da Emancipação Política do Paraná. (Foto: Revista Ilustrada do Paraná) Paulo Grani

VISITANDO OS ARENITOS DE VILA VELHA A figura pétrea da "Taça", um dos símbolos das formações rochosas de Vila Velha, em foto de Arthur Wischral, década de 1940. Essa formação rochosa faz parte do Parque Estadual de Vila Velha, município de Ponta Grossa-Pr. Algumas das formações parecem animais como a "Tartaruga" ou o "Camelo", outras lembram cogumelos dos mais diversos tipos e tamanhos, ou formas como a "Taça", símbolo de Vila Velha; a "Bota"; a "Esfinge"; a "Cabeça de índio"; paredes de pedra que lembram muralhas de castelos, torres de diversos formatos e alturas de geometria variável com formas e paisagens distintas, além de fendas cujo formato interno lembram garrafas. Há duas grandes pedras pendentes no alto entre dois paredões rochosos, sempre prestes a desabar e parecendo flutuar desafiando as leis da gravidade. Os arenitos de Vila Velha tem a cor basicamente avermelhada como um tijolo, cujos matizes variam conforme a hora, luz do Sol e da época do ano, criando uma atmosfera surreal. formação arenítica de Vila Velha remonta ao período Carbonífero (há aproximadamente 340 milhões de anos), quando o mar interior que existia no local começou a ser drenado, expondo o material arenoso que acabou cimentado com óxido de ferro (daí a cor avermelhada). Nos milênios seguintes o terreno gradativamente se elevou e foi vagarosamente erodido pela ação dos ventos e da chuva que atuaram nas zonas mais frágeis das rochas, desgastando-as de forma diferencial e até mesmo isolando-as em diversos blocos. (Fotos: Casa da Memória do Paraná, Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, pinterest, Wikipedia) Paulo Grani

CARTÕES POSTAIS DE CURITIBA - 04 Prosseguindo a série Cartões Postais de Curitiba, hoje apreciaremos este histórico Cartão Postal da Universidade Federal do Paraná, editado no final da década de 1950 pela Foto Colombo. A construção desse símbolo arquitetônico de Curitiba, localizado na Praça Santos Andrade iniciou-se em 1913, um ano depois da fundação da Universidade. O projeto do engenheiro militar Baeta de Faria consta de apenas um bloco de cinco andares e uma cúpula central. A inauguração deu-se em 1915. Sete anos depois, em 1923, houve a ampliação com a construção dos blocos laterais, conforme o projeto original. O setor do lado direito ficou pronto em 1925 e passou a abrigar o curso de Engenharia. No ano seguinte foi concluído o setor do lado esquerdo, que recebeu o curso de Odontologia. Foram feitas mais obras estendendo o prédio no sentido da rua XV de Novembro que ficaram prontas em 1951. Um ano depois, novas obras no setor direito obrigaram a demolição de parte da fachada lateral construída em 1940. Em 1954 o edifício passou a ocupar uma quadra inteira, entre a Praça Santos Andrade, rua XV de Novembro, rua Presidente Faria e Travessa Alfredo Bufren. Após tantas ampliações uma nova fachada com muitas colunas e uma ampla escadaria foi projetada e a cúpula coberta foi retirada. A inauguração da obra com 17 mil metros quadrados em estilo neoclássico, ocorreu em 1955. No ano de 1999 a prefeitura de Curitiba assinou uma lei que transformou o edifício no símbolo oficial da cidade, através de uma votação popular para a escolha do símbolo. (Adaptado de ufpr.gov.br) Paulo Grani

PASSADO NOSTÁLGICO Nesta interessante foto da década de 1940, vemos um congestionamento de carroças na Rua Barão do Rio Branco, aguardando a liberação do tráfego devido às obras de macadamização da via. Naqueles dias, as carroças eram os principais meios de locomoção das cargas que eram levadas ou coletadas na Estação Ferroviária, ali em frente. Assim, essa estratégica alameda viu passar uma significativa parte da história de Curitiba, que veremos adiante. Desde antigamente ela era chamada Rua da Liberdade, somente em 1912 passou a ser Rua Barão do Rio Branco, uma homenagem ao então ministro das Relações Exteriores, falecido pouco antes. A história da alameda nasceu com a implantação da Estação Ferroviária de Curitiba, em 1885. Era preciso ligar a área central, desde a Rua XV de Novembro até o empreendimento, que abriu um importante canal de desenvolvimento socioeconômico para a cidade. Além das cargas que vinham e iam, a estrada de ferro que seguiria até Paranaguá trouxera um numeroso contingente de técnicos e engenheiros europeus, que trabalharia não só nesta, mas em muitas outras obras da cidade que se expandia, deixando marcas do estilo do Velho Continente em edificações da época. A posição da antiga estação ferroviária no mapa da cidade foi estratégica para a amplificação da cidade, que até então era restrita ao núcleo central. “Como aquela região da Praça Generoso Marques até a estação era praticamente descampada, foi uma sacada muito interessante. A estação foi colocada lá pensando que haveria um público maior de viajantes, o comércio se intensificaria na região, seriam criados hotéis no entorno”, escreveu o historiador Marcelo Sutil. E foi, de fato, o que aconteceu. Símbolo da nova linha de crescimento, casarios, hotéis e lojas se multiplicaram no trecho, enquanto a indústria se aproximou nos arredores com fábricas de fósforos, engenhos de erva mate e madeiras. A então Rua da Liberdade transformou-se em símbolo desse progresso com seus suntuosos palácios e comércios variados. A influência política, comercial e social cresceu com a implantação dos prédios governamentais na via, que recebeu a alcunha de Rua do Poder. Ao longo do trajeto da rua foram instalados o Palácio do Congresso Provincial, o Palácio do Governo e a Prefeitura. O Palácio do Congresso Provincial, construído em 1891, abrigou a Assembleia Legislativa do Paraná, o Conselho Deliberativo do Estado, e, em 1957, foi transformado na Câmara Municipal de Curitiba, instalada definitivamente no local em 1963, funciona até os dias de hoje. O prédio do Palácio do Governo, construído na segunda metade do século 19, foi sede do governo estadual desde 1891 até 1938, hoje abriga o Museu da Imagem e do Som. No encontro das ruas Riachuelo com a Barão, na Praça Generoso Marques, o edifício do Paço da Liberdade, um dos prédios mais elegantes da cidade, abrigou a Prefeitura entre 1916 até 1969, quando esta foi transferida para o Palácio 29 de Março. (Adaptado de texto da Gazeta do Povo) Paulo Grani

CARTÕES POSTAIS DE CURITIBA - 02 Nas minhas pesquisas na internet tenho localizado muitos Cartões Postais de Curitiba, impressos desde os fins do século 19 até a década de 1990. A grande maioria deles apresenta algum logradouro da cidade em época passada que nos traz muita saudade da velha Curitiba. Assim, decidi criar o tema "Cartões Postais de Curitiba" de forma a levar à todos a apreciação desses históricos papéis que levaram e trouxeram expressões de sentimentos de cada um de nós às pessoas amadas, parentes ou amigos. Hoje apresento o Cartão Postal 02, da primeira década de 1890, onde contemplamos o então "Hospital de Caridade de Curityba", mantido pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia, depois o hospital foi nominado de Santa Casa de Misericórdia. Em Curitiba, a Irmandade foi fundada 1852, onde estabeleceram o primeiro hospital da cidade, que tinha apenas dois quartos e funcionava na Rua Direita, atual Rua 13 de Maio, e proporcionou apoio à Santa Casa de Paranaguá, na época lotada de doentes afetados pela epidemia de Cólera. O baiano José Cândido da Silva Murici era seu único médico, que chegou em 1853, a convite de seu conterrâneo, Conselheiro Zacarias de Góis, o fundador da Província do Paraná. Dr. Murici tornou-se o Provedor da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Curitiba, o cargo mais alto da Instituição, que ocupou até sua morte, em 1879. A nova sede começou a ser construída em março de 1868, com o lançamento da pedra fundamental. O Dr. Murici foi o idealizador e o principal responsável pela construção. Após sua morte, em 1879, o cargo de Provedor foi assumido por outro baiano, o médico Dr. Antonio Carlos Pires de Carvalho e Albuquerque, que deu continuidade às obras. O engenheiro responsável foi o alemão Gottlieb Wieland, que residia em Curitiba. A inauguração ocorreu em 22/05/1880, pelo imperador Dom Pedro II. Tinha 160 leitos. Paulo Grani