UMA AVENIDA CHAMADA MANOEL RIBAS Apreciando estas antigas fotos da avenida Manoel Ribas vem à mente saber quem foi o personagem que emprestou seu nome à ela e, ainda, o que motivou tal nomeação. Bem provável, a grande maioria saiba que ele governou o Paraná por bom tempo, porém, há sempre algo mais: Natural de Ponta Grossa, Manoel Ribas (1873-1946) teve como destino aos 24 anos a cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul para organizar a Cooperativa dos Empregados da Viação Férrea. Sua notável administração possibilitou que ele se tornasse prefeito da cidade em 1927. Após a Revolução de 1930 e a renúncia do General Mário Tourinho, interventor do Paraná, o presidente Getúlio Vargas requisitou a vinda de Manoel Ribas para o Estado do Paraná com o intuito de conciliar os conflitos políticos existentes. Manoel Ribas assumiu o Paraná no início de 1932 e permaneceu à frente do governo por um período de treze anos. Neste tempo, angariou cargo de interventor entre 1932 e 34, 1937 e 42, e governador de 1935 a 37. Durante a gestão, o político se notabilizou por modos simples, generosos, mas ao mesmo tempo severos. Mesmo diante dificuldades financeiras que o Estado vivia, realizou grandes feitos assistencialistas e importantes obras visando o desenvolvimento da região, como por exemplo, a Estrada do Cerne e o início da construção da Estrada de Curitiba a União da Vitória e de Ponta Grossa a Apucarana. Manoel Ribas também fomentou a agricultura, pecuária e a educação, principalmente com a construção de escolas, como o Colégio Estadual do Paraná. O fim do governo do político se deu após a deposição de Getúlio Vargas, em 1945. Em outras áreas, Manoel Ribas foi um dos responsáveis por dar início à carreira artística de Poty Lazzarotto. Ao frequentar o Vagão do Armistício, histórica residência dos pais de Poty que recebia diversas personalidades, o político se encantou pela atmosfera e pelo talento do jovem artista ao ponto de conceder bolsas de estudos para estudar no Rio de Janeiro. Manoel Ribas faleceu em Curitiba no dia 28/01/1946. A homenagem ao político é observada através de uma das mais tradicionais ruas da cidade. A Avenida Manoel Ribas possui cerca de 5,0 km de extensão e liga o centro da cidade ao bairro de Santa Felicidade. (Extraído de Curitiba Space) Paulo Grani









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HISTORIANDO AS RUÍNAS DE SÃO FRANCISCO Para compreender a história das Ruínas de São Francisco é preciso voltar no tempo. O ano era o de 1798, quando o bispo de São Paulo, Dom Mateus de Abreu Pereira, em passagem por Curitiba, manifestou preocupação com relação à situação das três igrejas então existentes na cidade, que estavam em mau estado de conservação. Durante sua visita a Curitiba, o bispo verificou a urgência de novos santuários, já que nesse período só existiam três igrejas: a Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, atual Catedral; a Igreja Nossa Senhora do Terço, hoje conhecida como a Igreja da Ordem; e a Igreja do Rosário. Ao longo da sua estadia na região, o bispo ficou hospedado na fazenda do coronel Manoel Guimarães. No decurso das conversas, o coronel expôs ao bispo o seu desejo de construir uma igreja em nome da sua devoção a São Francisco de Paula. Com a autorização de Dom Mateus Pereira, o coronel solicitou a câmara de Curitiba um terreno para a construção da capela devotada ao santo. Manoel Gonçalves Guimarães foi um rico coronel da região da Lapa. Também mantinha posses e residência na cidade de Curitiba, isso facilitou o projeto de construção da igreja. Para alguns fiéis católicos, a nova igreja seria uma afronta a Nossa Senhora da Luz, para outros, uma questão apenas política. No entanto, sabia-se que não seria erguida uma igreja simples, seria elevado um templo tão grandioso quanto a fortuna do Coronel Manoel Guimarães. Conhecendo-se o temperamento arrojado de Manoel Guimarães, ficava claro que não iria construir simplesmente mais um santuário. Seria, além da realização de um sonho ou do cumprimento, talvez, de uma promessa, a representação concreta de seu poder e influência. Então, criou-se a Confraria de São Francisco de Paula para dar início ao projeto. arrecadaram-se doações para a compra de materiais de construção, além de objetos religiosos. Em 1809, apenas a capela-mor e a sacristia ficaram prontas, mesmo inacabada o bispo Dom Mateus de Abreu Pereira autorizou a benção da igreja para que fossem realizadas suas atividades religiosas. Ainda para a inauguração da capela, foi colocado sobre o altar a imagem de São Francisco de Paula. O Santo só saía da igreja para a procissões dos fieis em tempos de seca. A imagem de São Francisco de Paula foi esculpida em madeira, entretanto sua origem e autor são desconhecidos. O falecimento do Coronel Manoel Guimarães fez com que as obras ficassem paradas, mesmo com a confraria ainda existindo. A reforma da Igreja da Matriz também contribuiu para a paralização da construção, pois o reboco estava se desvencilhando do teto e havia risco de desabamento. Por esse motivo, em 1860, a construção da igreja São Francisco de Paula foi abandonada para que fosse concluída a torre da Igreja da Matriz. Portanto, “As pedras que finalizariam as obras foram utilizadas na conclusão da torre da antiga matriz” (FENIANOS, 1998). Depois de alguns reparos na Igreja Matriz os problemas estruturais persistiram. Com mudança de vila para a cidade, Curitiba precisava de uma igreja a altura da sua nova categoria, então começaram a construção da nova catedral. Concomitante a isso, a igreja da ordem também carecia de reformas. A restauração da Igreja da Ordem e a finalização da catedral impossibilitaram a conclusão da Igreja São Francisco de Paula. Segundo Baptista, mesmo inacabada a igreja foi frequentada durante todo o século 19. Em 1860, houve alteração na fachada da igreja. As paredes ainda de taipas foram substituídas por tijolos. Décadas mais tarde, alguns melhoramentos foram realizados pelo padre Antônio Vicente da Cruz, cuidador da capela. Mesmo com pequenas reformas o templo foi entregue quase em ruínas para Irmandade da Misericórdia, que se tornou responsável pela igreja. No ano de 1885, a Câmara deliberou a retirada da Igreja São Francisco de Paula já em ruínas, mas nada foi feito. Posteriormente, a capela foi confiada aos padres franciscanos Xisto Mawes e Redempto Kullman. Os freis permaneceram no Alto do São Francisco até 1901, depois mudaram-se para a Praça da atualmente Praça Rui Barbosa, nesse local foi fundada a Igreja Bom Jesus dos Perdões. Devido ao estado físico precário da Igreja São Francisco de Paula foi decidido pela sua demolição. Então, em 1914, houve um acordo entre prefeitura e a mitra diocesana para permuta de um terreno situado na esquina das ruas Saldanha Marinho e Desembargador Mota. Nesse local foi construída a nova Igreja São Francisco de Paula. Os paroquianos ainda doaram dois lotes adjacentes a área permutada para a construção da casa paroquial. Para a celebração das missas foi construída uma igreja provisória de madeira. Apesar disso, as atividades religiosas não foram cessadas. Até que em 1936, foi criada a Paróquia São Francisco de Paula, abrangendo os bairros das Mercês e Bigorrilho. Já em 1949, o pároco Boleslau Farlaz deu os primeiros passos para a construção da nova matriz. As obras eram executadas com a ajuda financeira de fiéis, festas e quermesses. (Fotos: internet) Paulo Grani