JOÃO GUALBERTO GOMES DE SÁ FILHO E FAMÍLIA.Foto tirada antes de sua partida para Irani. João Gualberto Gomes de Sá Filho (Recife, CE 1874 - Irani PR 1912) Em 1890 transferiu-se para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Militar RJ, onde se formou Graduou-se Alferes, em 1894. Posteriormente, retornou ao Rio de Janeiro para formar-se em Engenharia Militar, Ciências Físicas e Matemática e Curso de Estado Maior. Após concluir os cursos passa a servir no 13º Regimento de Cavalaria do Exército Brasileiro, em Curitiba. Nesse período, casa-se com Leonor Moura Brito, com quem teve os filhos: Júlia Gomes de Sá (Garcez), Julieta Gomes de Sá (Guedes e, depois, Hahler), Cecília Gomes de Sá (Schaffer) Rosa Gomes de Sá (Espírito Santo), Xaguana Gomes de Sá (Cardoso) e Floriano Gomes de Sá. No Paraná, trabalhou na implantação da Linha Telegráfica Foz do Iguaçu- Curitiba, comandante (e fundador) do Tiro de Guerra Barão do Rio Branco. Conforme uma prima, nessa ocasião, fez uma aposta de que ergueria um enorme mastro de madeira, na Praça Osório para comemorar o Dia da Bandeira. Assumiu o comando do Regimento de Segurança, em 21 de agosto, comissionado no posto de Coronel. Encontrava-se no comando da Força Pública do Paraná, antigo Regimento de Segurança que se notabilizara na resistência da Lapa aos federalistas, quando o monge José Maria e centenas de seguidores avançaram os Campos de Irani. O governo e a opinião pública interpretam essa movimentação como invasão do território contestado. Nesse momento, estava no auge a questão de limites entre os Estado do Paraná e Santa Catarina. Em conseqüência, um destacamento da Força Pública do Paraná foi enviado para a região a fim de repelir os invasores catarinenses. Deixando o grosso de sua tropa em Palmas, o Coronel João Gualberto com apenas 64 homens marchou em direção de Irani, convencido da superioridade de suas forças bem treinadas e da metralhadora que levavam. Todavia a arma caiu num riacho e ficou inutilizada. Os homens de José Maria não são encontrados, dando a impressão que abandonaram o local, quando, de surpresa, armados de garruchas e facões de pau, cerca de 300 homens caíram sobre os policiais em minoria. Pelas condições do ataque violento e do fanatismo que os movia, esses quase 300 homens vencem facilmente os policiais em minoria. Durante o combate, na manhã de 22 de outubro, morre o monge José Maria e João Gualberto teve a mesma sorte, após ter o corpo retalhado pelos golpes dos seguidores de José Maria. Os restos mortais do Coronel João Gualberto Gomes de Sá e de outros sacrificados do Irani, foram trasladados para Curitiba e foram velados no quartel da Força Pública do Paraná Conforme o Cura Celso Itiberê da Cunha,”aos vinte e dois dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e doze, em Palmas no Campo do Irani, morreu lutando heroicamente com os jagunços revoltosos o Coronel João Gualberto Gomes de Sá Filho, comandante do Regimento de segurança, com trinta e oito anos de idade, casado com Da. Leonor Britto de Sá. Foi encomendado, na Catedral deste bispado de Coritiba, no dia sete de novembro e sepultado no Cemitério Municipal desta cidade”. Seu féretro percorreu Curitiba, recebendo tosas as honras. Em toda sua carreira, foi um admirador de Floriano Peixoto (tanto que deu a um de seus filhos o nome de Floriano Peixoto) e do Barão do Rio Branco, tanto que foi um dos principais promotores da elevação do Monumento ao Barão do Rio Branco, erguido Praça Generoso Marques, mas inaugurado apenas, em 19 de dezembro de 1914, portanto após a sua morte. O Coronel João Gualberto recebeu, em Curitiba, um funeral com todas as honras e foi enterrado no Cemitério Municipal. Esta foto de Coronel João Gualberto com a família, tirada pouco antes da partida, permite avaliar a idade de seus filhos, cuja criação foi bastante difícil para a viúva, especialmente porque a questão financeira da mesma, não correspondeu às honras do féretro.Leonor Moura Brito era irmã de minha avó e recebeu apoio da família. Meu avô era um grande admirador do cunhado, razão pela qual seu retrato ocupa lugar de honra na Casa Lacerda. Seu filho, futuro General João Gualberto casou com a prima Zoé Lacerda.


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HISTORIANDO AS RUÍNAS DE SÃO FRANCISCO Para compreender a história das Ruínas de São Francisco é preciso voltar no tempo. O ano era o de 1798, quando o bispo de São Paulo, Dom Mateus de Abreu Pereira, em passagem por Curitiba, manifestou preocupação com relação à situação das três igrejas então existentes na cidade, que estavam em mau estado de conservação. Durante sua visita a Curitiba, o bispo verificou a urgência de novos santuários, já que nesse período só existiam três igrejas: a Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, atual Catedral; a Igreja Nossa Senhora do Terço, hoje conhecida como a Igreja da Ordem; e a Igreja do Rosário. Ao longo da sua estadia na região, o bispo ficou hospedado na fazenda do coronel Manoel Guimarães. No decurso das conversas, o coronel expôs ao bispo o seu desejo de construir uma igreja em nome da sua devoção a São Francisco de Paula. Com a autorização de Dom Mateus Pereira, o coronel solicitou a câmara de Curitiba um terreno para a construção da capela devotada ao santo. Manoel Gonçalves Guimarães foi um rico coronel da região da Lapa. Também mantinha posses e residência na cidade de Curitiba, isso facilitou o projeto de construção da igreja. Para alguns fiéis católicos, a nova igreja seria uma afronta a Nossa Senhora da Luz, para outros, uma questão apenas política. No entanto, sabia-se que não seria erguida uma igreja simples, seria elevado um templo tão grandioso quanto a fortuna do Coronel Manoel Guimarães. Conhecendo-se o temperamento arrojado de Manoel Guimarães, ficava claro que não iria construir simplesmente mais um santuário. Seria, além da realização de um sonho ou do cumprimento, talvez, de uma promessa, a representação concreta de seu poder e influência. Então, criou-se a Confraria de São Francisco de Paula para dar início ao projeto. arrecadaram-se doações para a compra de materiais de construção, além de objetos religiosos. Em 1809, apenas a capela-mor e a sacristia ficaram prontas, mesmo inacabada o bispo Dom Mateus de Abreu Pereira autorizou a benção da igreja para que fossem realizadas suas atividades religiosas. Ainda para a inauguração da capela, foi colocado sobre o altar a imagem de São Francisco de Paula. O Santo só saía da igreja para a procissões dos fieis em tempos de seca. A imagem de São Francisco de Paula foi esculpida em madeira, entretanto sua origem e autor são desconhecidos. O falecimento do Coronel Manoel Guimarães fez com que as obras ficassem paradas, mesmo com a confraria ainda existindo. A reforma da Igreja da Matriz também contribuiu para a paralização da construção, pois o reboco estava se desvencilhando do teto e havia risco de desabamento. Por esse motivo, em 1860, a construção da igreja São Francisco de Paula foi abandonada para que fosse concluída a torre da Igreja da Matriz. Portanto, “As pedras que finalizariam as obras foram utilizadas na conclusão da torre da antiga matriz” (FENIANOS, 1998). Depois de alguns reparos na Igreja Matriz os problemas estruturais persistiram. Com mudança de vila para a cidade, Curitiba precisava de uma igreja a altura da sua nova categoria, então começaram a construção da nova catedral. Concomitante a isso, a igreja da ordem também carecia de reformas. A restauração da Igreja da Ordem e a finalização da catedral impossibilitaram a conclusão da Igreja São Francisco de Paula. Segundo Baptista, mesmo inacabada a igreja foi frequentada durante todo o século 19. Em 1860, houve alteração na fachada da igreja. As paredes ainda de taipas foram substituídas por tijolos. Décadas mais tarde, alguns melhoramentos foram realizados pelo padre Antônio Vicente da Cruz, cuidador da capela. Mesmo com pequenas reformas o templo foi entregue quase em ruínas para Irmandade da Misericórdia, que se tornou responsável pela igreja. No ano de 1885, a Câmara deliberou a retirada da Igreja São Francisco de Paula já em ruínas, mas nada foi feito. Posteriormente, a capela foi confiada aos padres franciscanos Xisto Mawes e Redempto Kullman. Os freis permaneceram no Alto do São Francisco até 1901, depois mudaram-se para a Praça da atualmente Praça Rui Barbosa, nesse local foi fundada a Igreja Bom Jesus dos Perdões. Devido ao estado físico precário da Igreja São Francisco de Paula foi decidido pela sua demolição. Então, em 1914, houve um acordo entre prefeitura e a mitra diocesana para permuta de um terreno situado na esquina das ruas Saldanha Marinho e Desembargador Mota. Nesse local foi construída a nova Igreja São Francisco de Paula. Os paroquianos ainda doaram dois lotes adjacentes a área permutada para a construção da casa paroquial. 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