ASTRONOMIA Nasa liga, no espaço, helicóptero que sobrevoará Marte pela primeira vez Helicóptero Ingenuity da Nasa - NASA/JPL-Caltech Helicóptero Ingenuity da Nasa Imagem: NASA/JPL-Caltech Marcella Duarte Colaboração para Tilt 19/08/2020 16h21 A Nasa ligou o helicóptero Ingenuity, da missão Mars 2020, pela primeira vez oficialmente. Não em solo marciano, seu destino final, mas em pleno espaço, durante a longa jornada até o planeta vermelho. A missão, lançada no último dia 30 de julho, só deve chegar a Marte em 18 de fevereiro do ano que vem. Mas era necessário energizar o helicóptero para testar os sistemas elétricos —que poderiam ter sido danificados no lançamento— e carregar suas seis baterias de íon-lítio. RELACIONADAS Fim do Universo: físico calcula como e quando será última explosão estelar Astrônomos descobrem galáxia semelhante à Via Láctea a 12 bilhões de anos-luz Receba notícias de Tilt em seu WhatsApp Durante um período de oito horas, as baterias atingiram uma carga de 35%. De acordo com a agência espacial norte-americana, essa é a condição ideal para otimizar a saúde das baterias e encarar os seis meses de viagem. Novas cargas serão realizadas duas vezes por mês. "Foi um grande marco. Nossa primeira oportunidade desde o lançamento de ativar o Ingenuity e fazer um 'test drive' em seus aparelhos", disse Tim Canham, chefe de operações do projeto, em um comunicado do laboratório Jet Propulsion, da Nasa. "Uma vez que tudo correu conforme o previsto, vamos realizar a mesma atividade a cada duas semanas, para manter um estado de carga aceitável." O principal equipamento da missão é o rover Perseverance: um robô de uma tonelada, do tamanho de um carro popular, com braços para coletar amostras e realizar experimentos. O Ingenuity é um moderno mini-helicóptero, de 1,8 kg, que fica guardado na "barriga" do rover —é dele que vem a energia para carregar as baterias. Depois do pouso em Marte, será definido o melhor local para liberar o helicóptero, o primeiro já construído para funcionar em outro planeta. Fora da "barriga", ele será energizado pelos próprios painéis solares. O Ingenuity não realizará experimentos, mas sim uma demonstração de tecnologia: ver se é possível voar no ar rarefeito, em um ambiente hostil. Suas hélices duplas terão de girar extremamente rápido para conseguir decolar. Se bem-sucedido, abrirá portas para extensiva exploração aérea dos planetas em futuras missões. O rover Perseverance deve realizar seus experimentos por, pelo menos, 687 dias terrestres (um ano marciano). Ele é equipado para detectar vida imediatamente —seja atual ou fossilizada. E suas 23 câmeras e microfones de alta definição prometem capturar detalhes nunca antes vistos do planeta vermelho. A missão deve pousar na cratera Jezero, de 40 km de diâmetro e 500 metros de profundidade, que há bilhões de anos foi um lago marciano. Se já existiu vida em Marte, ou pelo menos atividade microbiana, no planeta, este é o local com mais chances de guardar evidências. NEWSLETTERS Tilt Perdeu algum assunto de tec na semana? Sem crise. Tilt explica, complica um pouco e explica de novo. Toda sexta. AS MAIS LIDAS AGORA Netflix testa escolha aleatória para quem tem preguiça de decidir filme Apple vale US$ 2 tri: valor de empresa nascida em garagem já é maior que PIB de 95% dos países Sem acordo, votação de MP que decide futuro da LGPD é adiada para quinta Astronomia Ciência Fique por dentro Tilt Astronomia Siga Tilt © 1996 - 2020 - Todos os direitos reservados




 

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HISTORIANDO AS RUÍNAS DE SÃO FRANCISCO Para compreender a história das Ruínas de São Francisco é preciso voltar no tempo. O ano era o de 1798, quando o bispo de São Paulo, Dom Mateus de Abreu Pereira, em passagem por Curitiba, manifestou preocupação com relação à situação das três igrejas então existentes na cidade, que estavam em mau estado de conservação. Durante sua visita a Curitiba, o bispo verificou a urgência de novos santuários, já que nesse período só existiam três igrejas: a Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, atual Catedral; a Igreja Nossa Senhora do Terço, hoje conhecida como a Igreja da Ordem; e a Igreja do Rosário. Ao longo da sua estadia na região, o bispo ficou hospedado na fazenda do coronel Manoel Guimarães. No decurso das conversas, o coronel expôs ao bispo o seu desejo de construir uma igreja em nome da sua devoção a São Francisco de Paula. Com a autorização de Dom Mateus Pereira, o coronel solicitou a câmara de Curitiba um terreno para a construção da capela devotada ao santo. Manoel Gonçalves Guimarães foi um rico coronel da região da Lapa. Também mantinha posses e residência na cidade de Curitiba, isso facilitou o projeto de construção da igreja. Para alguns fiéis católicos, a nova igreja seria uma afronta a Nossa Senhora da Luz, para outros, uma questão apenas política. No entanto, sabia-se que não seria erguida uma igreja simples, seria elevado um templo tão grandioso quanto a fortuna do Coronel Manoel Guimarães. Conhecendo-se o temperamento arrojado de Manoel Guimarães, ficava claro que não iria construir simplesmente mais um santuário. Seria, além da realização de um sonho ou do cumprimento, talvez, de uma promessa, a representação concreta de seu poder e influência. Então, criou-se a Confraria de São Francisco de Paula para dar início ao projeto. arrecadaram-se doações para a compra de materiais de construção, além de objetos religiosos. Em 1809, apenas a capela-mor e a sacristia ficaram prontas, mesmo inacabada o bispo Dom Mateus de Abreu Pereira autorizou a benção da igreja para que fossem realizadas suas atividades religiosas. Ainda para a inauguração da capela, foi colocado sobre o altar a imagem de São Francisco de Paula. O Santo só saía da igreja para a procissões dos fieis em tempos de seca. A imagem de São Francisco de Paula foi esculpida em madeira, entretanto sua origem e autor são desconhecidos. O falecimento do Coronel Manoel Guimarães fez com que as obras ficassem paradas, mesmo com a confraria ainda existindo. A reforma da Igreja da Matriz também contribuiu para a paralização da construção, pois o reboco estava se desvencilhando do teto e havia risco de desabamento. Por esse motivo, em 1860, a construção da igreja São Francisco de Paula foi abandonada para que fosse concluída a torre da Igreja da Matriz. Portanto, “As pedras que finalizariam as obras foram utilizadas na conclusão da torre da antiga matriz” (FENIANOS, 1998). Depois de alguns reparos na Igreja Matriz os problemas estruturais persistiram. Com mudança de vila para a cidade, Curitiba precisava de uma igreja a altura da sua nova categoria, então começaram a construção da nova catedral. Concomitante a isso, a igreja da ordem também carecia de reformas. A restauração da Igreja da Ordem e a finalização da catedral impossibilitaram a conclusão da Igreja São Francisco de Paula. Segundo Baptista, mesmo inacabada a igreja foi frequentada durante todo o século 19. Em 1860, houve alteração na fachada da igreja. As paredes ainda de taipas foram substituídas por tijolos. Décadas mais tarde, alguns melhoramentos foram realizados pelo padre Antônio Vicente da Cruz, cuidador da capela. Mesmo com pequenas reformas o templo foi entregue quase em ruínas para Irmandade da Misericórdia, que se tornou responsável pela igreja. No ano de 1885, a Câmara deliberou a retirada da Igreja São Francisco de Paula já em ruínas, mas nada foi feito. Posteriormente, a capela foi confiada aos padres franciscanos Xisto Mawes e Redempto Kullman. Os freis permaneceram no Alto do São Francisco até 1901, depois mudaram-se para a Praça da atualmente Praça Rui Barbosa, nesse local foi fundada a Igreja Bom Jesus dos Perdões. Devido ao estado físico precário da Igreja São Francisco de Paula foi decidido pela sua demolição. Então, em 1914, houve um acordo entre prefeitura e a mitra diocesana para permuta de um terreno situado na esquina das ruas Saldanha Marinho e Desembargador Mota. Nesse local foi construída a nova Igreja São Francisco de Paula. Os paroquianos ainda doaram dois lotes adjacentes a área permutada para a construção da casa paroquial. Para a celebração das missas foi construída uma igreja provisória de madeira. Apesar disso, as atividades religiosas não foram cessadas. Até que em 1936, foi criada a Paróquia São Francisco de Paula, abrangendo os bairros das Mercês e Bigorrilho. Já em 1949, o pároco Boleslau Farlaz deu os primeiros passos para a construção da nova matriz. As obras eram executadas com a ajuda financeira de fiéis, festas e quermesses. (Fotos: internet) Paulo Grani